quinta-feira, 17 de abril de 2008

O Legislativo não se entende



Manhã tumultuada nesta quarta-feira(16/04), na Câmara Municipal de Currais Novos. Os vereadores não se entenderam em relação ao Projeto 18, que inclui Currais Novos, entre as cidades do Estado que está em situação de Emergência.


O presidente Izinho Brandão, deu início a seção, que foi interrompida logo em seguida.O clima ficou pesado devido os vereadores de oposição, tendo como porta-voz o vereador João Neto que não aceitou a votação.”Aqui não tem mais lei, a lei acabou “, disse o vereador.


O motivo do tumulto, foi a urgência da votação, que necessita da aprovação do Legislativo para a liberação da verba que já existe. Devido a duas emendas impetrada pelo os vereadores Cleto Filho, mudando de situação de “Estado de Calamidade” para situação de Emergência, e uma outra, do vereador Marinaldo Francisco determinando o prazo do pedido para 90 dias. De acordo com o Izinho, a Comissão poderia ter aprovado na hora. “Eles ficam protelando essa situação, não sei com qual interesse, se isso é um recurso que poderia ajudar um monte de gente que sofreram com as chuvas”, lamenta.


A tensão ficou ainda maior quando a dona de casa Maria José, 50 anos, que estava presente a seção esperando que o projeto fosse aprovado pelos vereadores da casa. Quando a seção foi subitamente finalizada antes mesmo de começar, a dona de casa se irritou.” Minha cozinha caiu, e o resto da minha casa esta rachada, e eu preciso de ajuda, vocês não podem deixar de aprovar esse projeto, várias pessoas precisam de ajuda, inclusive a minha família” disse Dona Maria José.


O vereador Eugênio Lins, condenou bruscamente a postura da oposição de não dar a devida importância ao projeto, “ Isso é um absurdo, famílias estão desabrigadas, crianças estão sem aulas a mais de 15 dias, devido a péssima qualidade das estradas, e os oposicionistas vem falar que isso não existe, querem que a situação piore ainda mais, para depois fazer um discurso político no radio cobrando do Prefeito, temos que cuidar disso é agora”, disse.


O projeto já foi homologado pelo Governo do Estado, mas tem que apresentar a aprovação do legislativo do município, para que a verba seja liberada. Os dados realmente são preocupantes. De acordo com o presidente da Defesa Civil do município, Wilton Dias, são mais de 1.700 alunos que estão aula devido as condições precárias das estradas, 285 pessoas desabrigadas, 66 residências em estado de alerta, 800 m de pavimentação destruídas e 95% da agricultura também destruída.


Para o Presidente da Câmara Municipal Izinho Brandão, nenhuma cidade da região esta preparada para receber fortes chuvas, “Não temos como arcar com os prejuízos causados pelas chuvas, não temos estrutura para um grande inverno, por isso é importante sim, o projeto de estado de emergência para que possamos desde já, ajudar essas pessoas que sofrem com as enchentes”.

Assim como dona Maria José, as vítimas das fortes chuvas querem um resultado imediato, ainda mais que as previsões meteorológicas apontam mais chuvas na região nos próximos dias.


Interesses políticos não podem ser levados em consideração em um momento que pessoas sofrem. Ações precisam ser tomadas com urgência. Discurso político não ajuda em uma hora dessas, os órgãos responsáveis precisam se unir para tentar solucionar o problema. Alguns vereadores que se dizem representantes do povo, precisam conhecer a realidade de perto e não atrás de um “birô” de escritório, em uma sala com ar condicionado.


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